Nos próximos 100 anos, pelo menos 1.200 espécies de aves deverão ter desaparecido do planeta e cerca de 15% deverão ficar à beira da extinção. Este é o pior cenário apresentado por um estudo realizado por biólogos da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, que analisou as taxas de extinção dos últimos tempos, cruzando-as com as medidas de conservação da natureza e as mudanças climáticas e ambientais.
O Brasil é detentor de aproximadamente 1.800 espécies de aves, que representam 20% das 9.000 espécies existentes no mundo. É o terceiro país em diversidade de aves (atrás apenas da Colômbia e do Peru). No entanto, é o primeiro em número de espécies em extinção. Das 1.212 aves ameaçadas no mundo, 120 estão no país, incluindo duas já extintas na natureza – o mutum-do-nordeste “Mitu mitu” e a ararinha-azul “Cyanopsitta spixii”.
Desde 1600, mais de 100 espécies de aves tornaram-se extintas, e essa taxa parece continuar a aumentar. Belas e inspiradoras, as aves têm valor econômico, cultural, étnico e espiritual para muitos povos em todo o mundo. Elas também são um excelente indicador da qualidade de nosso meio ambiente. De maneira geral, os lugares ricos em aves são também ricos em outras formas de vida e apresentam ar, água e solo saudáveis.
O previsível declínio das espécies de aves terá grave impacto, não só para as florestas e para a agricultura, como também para a vida do próprio Homem. Com o desaparecimento de um grande número de pássaros, a saúde humana estará em risco, devido sobretudo ao aumento de insetos. É que as aves prestam importante serviço no controle de insetos, além de serem responsáveis pela polinização, pela dispersão de sementes e ainda pela limpeza de carcaças de animais mortos.
